A Portadora do Início
Em qualquer cidade, em qualquer país, vá para qualquer
instituição mental ou casa de repouso onde você possa entrar. Quando
chegar à recepção, peça permissão para vistar uma mulher que se chama de
“A Portadora do Início”. Um pequeno sorriso atravessará o rosto do
recepcionista, como se dissesse ‘Seu tolo’.
Você então será levado para um longo corredor -- tão
longo que você pensará que irá levá-lo para o lado de fora do prédio.
Entretanto, por causa das claras violações das leis de espaço e física,
este corredor irá guiá-lo para o coração da instituição. O corredor
estará sempre silencioso, mesmo que você tente fazer qualquer barulho.
Gritos morrerão antes de saírem de sua boca, e passos serão abafados. Ao
invés de falar, seu guia apontará para uma porta.
Atrás desta estará uma sala confortável, preenchida com
um perfume prazeroso porém indefinido. No centro desta sala, haverá uma
linda mulher, com seus braços em posição de como se carregasse alguma
coisa, embora estejam vazios. A sala será tão silenciosa quanto o
corredor que te levou até ali, até, então, que você faça uma única
pergunta: “Por que eles foram separados?”.
A mulher, então, irá lhe explicar, em detalhes
excruciantes, todo evento horrível na história. Toda luta. Toda guerra.
Todo estupro. Todo assassinato. Nenhum pedaço da história do universo
escapará de suas orelhas. Quando ela terminar, tudo ficará silencioso, e
você estará livre para ir embora. Depende de você o que fazer com toda
essa informação.
A mulher é o Objeto 2 de 538. Depende de você se eles devem se unir ou não.
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O Portador da Eternidade
Em qualquer cidade, em qualquer país, vá para qualquer
instituição mental ou casa de repouso onde você possa entrar. Quando
chegar à recepção, peça para vistar uma pessoa que se considera “O
Portador da Eternidade”. Um suspiro escapará do funcionário enquanto
este olha para você com uma profunda piedade. Então, você será levado
para um lance de escadas que parece que levará ao porão do lugar; mas
não vai.
Ao que você vai descendo cada vez mais fundo no centro
da instituição, você começará a ouvir o eco de gritos. À primeira
instância, eles serão inaudíveis, como se originassem de algum lugar à
distância. Mas, enquanto você se aproxima do final da escadaria,
perceberá que os sons começam a ficar mais altos e tenebrosos, tão altos
que logo abafarão qualquer outro som do local. Tal som será logo tão
insuportável que você desejará arrancar suas orelhas para se livrar
dele; resista a este impulso.
O funcionário, que de alguma forma suporta esta
cacofonia, lhe mostrará uma porta. Sutilmente, ele destrancará a porta e
vai embora, deixando você sozinho no escuro e barulhento corredor.
Esta será sua última chance de fugir. Se decidir
continuar, abra a porta. O som ensurdecedor vai parar na mesma hora,
deixando seus ouvidos tinindo. A sala em que você entrará estará coberta
na mais profunda escuridão, consumindo tudo exceto a parede oposta, no
fim da sala. Lá, preso à esta parade, estará uma figura macilenta
coberta de marcas de chicotadas recentes. Ele vai encarar você
diretamente com um sorriso maníaco no rosto, não parecendo se importar
com os cortes e com um bisturi enfiado em seu peito. A única forma de se
livrar de sua aparência obscura é perguntar “Quem os criou?”
Ele começará a rir de uma forma que lembrará os
espasmos de agonia de um animal moribundo, antes de responder. A
história dele será a pior que você já terá ouvido em sua vida, abaixo
dos conceitos primitivos de dor e morte. Procurará no fundo de toda a
essência do mal; aqueles de mente fraca ficarão loucos só de ouví-la.
Quando ele terminar, você poderá livrar o homem de seu
terrível fardo. Remova o bisturi de seu peito e ele tremerá de agonia
uma última vez antes de ficar em silêncio... Para sempre.
Aquele bisturi é o Objeto 3 de 538. Depende de você se o resto deve ser protegido ou destruído.
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