sexta-feira, 19 de julho de 2013

O desperdício de grandes personagens

TheWalkingDeadWelcomeToTheTombsAndrea
Não adianta argumentar durante horas á respeito de um episódio que não “bateu”, que não gerou um arrepio na espinha e não empolgou de forma alguma.
“Welcome to the Tombs” foi exibido dia 31 de março pela AMC, batendo recordes de audiência e decepcionando grande parte de seu público. Honestamente a impressão foi que usaram o primeiro rascunho de roteiro, por preguiça ou por qualquer outra droga de motivo. Realmente a expectativa é um sentimento perigoso. Ainda estou um pouco pasma com o nosso Season Finale, e não no bom sentido. É difícil acreditar em certos desperdícios e rumos tomados.
Após aquela chegada triunfal na prisão com muitos soldados, armamentos pesados, torres sendo destruídas e música tensa, esperei no mínimo por uma batalha digna de fim de temporada, assim como em “Beside the Dying Fire”, mas nada aconteceu.
Como um grupo fortemente armado recua ao primeiro sinal de tiros? Principalmente liderado por um homem sanguinário e com tanta sede de vingança. Será que ele não parou por um segundo para analisar que ficaria totalmente vulnerável eliminando o próprio exercito? Ou estamos lidando com um vilão instável á níveis de burrice?
Não sei se sou a única, mas estou sempre imaginando que o Governador ainda não mostrou á que veio. A impressão é que ele sempre terá um resquício de maldade escondida por detrás da manga. Desse modo, não acho que o massacre promovido por ele na estrada tenha sido o seu clímax. Afinal, o que fazer com aquele povo todo abrigado por Rick? Alguém precisa morrer para demonstrar que o mundo não é mais um arco-íris. Já temos nossas cobaias.
Na primeira cena, aonde Milton é torturado enquanto a Andrea aguardava na sala ao lado, eu já percebi que no mínimo uma baixa aconteceria. Caso o contrário seria drama demais jogado fora. Só não pensei que dois personagens tão bem arquitetados seriam jogados no lixo ao mesmo tempo. Talvez pela necessidade em simplesmente matar alguém, que não estivesse no núcleo dos “queridinhos”.
Não é segredo para ninguém o quanto eu gostava da Andrea, porém, essa minha simpatia não era o único motivo pelo qual ela não deveria ter morrido. Estamos falando de uma das figuras mais importantes da HQ, e que protagonizou o maior conflito emocional da temporada. Se esforçando para apaziguar as coisas e evitar mais mortes desnecessárias. Suas escolhas e ações foram baseadas no cenário que se apresentava. Andrea jamais demonstrou falta de caráter durante o percurso. Vimos isso claramente em sua tentativa feroz de avisar aos amigos da prisão sobre os planos do Governador. Se realmente queriam joga-la fora, que fosse de forma digna, como fizeram com o Merle. Pois como alguém que já cansou de abater walkers pôde morrer daquela maneira? De todos, ela tinha a maior possibilidade de se livrar do “Milton”, que por acaso foi outra grande perda.
TheWalkingDeadWelcomeToTheTombsMilton
Ah, que saudade da primeira temporada… Já estou cansando de tanto bege. Está nas roupas, no cenário, nas plantas, no ar, em todo lugar. Estou louca ou tenho razão?
Quando comecei a assistir The Walking Dead, tudo parecia mais colorido, os locais bem mais diversificados e tudo fluía com perfeição. Mas no inicio a ameaça humana não era tão relevante. Era mais fácil manter os personagens “na estrada” enquanto o perigo eminente seguia centralizado nos zumbis. E a segunda temporada foi o ensaio para a terceira, que fez definitivamente tal conceito cair por terra. Os mortos-vivos passaram para um segundo plano, dando lugar a personagens densos como o Governador, pois não havia como estender a trama o bastante baseando-se apenas em vilões irracionais. Zumbis famintos funcionam em filmes, não em séries que pretendem sobreviver por muito tempo. Porém, essa mudança exige certa sagacidade, que foi totalmente desrespeitada no episódio 16.
Ao momento em que bons personagens foram desperdiçados através de mortes inúteis, outros continuam vivos, mas de alguma forma também morreram. O que diabos aconteceu com o Carl? Um garoto capaz de atirar em outro que nem representava perigo? Sinto muito, mas não consigo engolir a explicação dada por ele. Transforma-lo em um assassino frio é extremamente irreal até mesmo para os padrões de apocalipse zumbi.
Infelizmente, pelos motivos errados, “Welcome to the Tombs” não vai sair da minha cabeça por um bom tempo. Não consigo parar de remoer os fatos, imaginar o que deveria ter sido e principalmente me perguntar se há jeito para essa bagunça toda.

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