The Walking Dead
de Robert Kirkman é uma das mais longas séries do mundo dos quadrinhos. Rick
Grimes e seu grupo de sobreviventes tiveram uma longa e dura jornada. Pelo
caminho, muitas vidas foram perdidas, alianças foram criadas e momentos de ação
não faltam.
Então, o site Bloody Disgusting decidiu fazer uma compilação em uma lista dos 10 melhores momentos da HQ The Walking Dead. Isso não engloba todos os
melhores momentos, porque há, simplesmente, muita coisa incrível pra se colocar
numa lista só.
AVISO: Continue com cuidado, esse artigo contém spoilers de toda
a história de The Walking Dead.
Sem mais delongas, aqui estão os dez melhores
momentos de The Walking Dead que o Bloody Disgusting selecionou:
10. A excelente aventura de Rick e Martinez (Edição 36)
Em “This Sorrowful Life” (Vida de Agonia), Martinez
descobre que o Governador cortou fora a mão de Rick e decide mudar de lado. No
entanto, Martinez foge da prisão na primeira chance que tem. Seu plano era
revelar a localização do grupo ao Governador. Rick não estava gostando nada
dessa merda. Então ele persegue Martinez com a RV. Ele o atropela,
incapacitando o sem vergonha. Então ele fica de pé perto dele em um campo. Rick
parece insano enquanto sufoca e xinga Martinez. Martinez jura que só queria
salvar as pessoas de Woodbury. No fim, Rick o sufoca até a morte e descobrimos
que ele e o Governador não são tão diferentes afinal. Além do mais, essa cena
nos dá uma das melhores paisagens na história da HQ.
9. Glenn tira um tempinho face-a-face com Lucille (Edição 100)
Com a aproximação da edição 100 em “Something to
Fear” (Algo A Temer), Glenn era uma luz de esperança nessa realidade sombria.
Glenn decide se mudar para Hilltop, ele estava feliz. Tudo parecia estar em
ordem. Pela primeira vez, Glenn não conseguia parar de pensar no dia de amanhã.
Então Negan aparece em cena. Ele comanda a página e separa cada um dos
sobreviventes. Ele deixa claro que seu objetivo é acabar com Rick.
Ele levanta seu taco de baseball envolto em arame
farpado: Lucille. Ele entra num dilema. Ele não consegue escolher quem vai matar.
Naturalmente, como o psicopata que ele é, ele deixa ao acaso. Glenn perde o
mais importante jogo de “minha mãe mandou” da sua vida. Negan acerta Lucille na
parte de trás da cabeça de Glenn. O crânio de Glenn se abre e seu olho salta
para fora enquanto ele chama por Maggie. Uma coisa realmente tocante.
8. Dale tem uma perna de vantagem com os caçadores (Edição 64)
Dale Horvath era um velho grosseiro com um coração
de ouro e um profundo senso de moralidade. “Fear the Hunters” (Tema os
Caçadores) estava a todo vapor, e Dale havia sido mordido. Ele vai para a
floresta numa tentativa de poupar Andrea. No entanto, durante sua tentativa de
fuga, os Caçadores o capturam. Ele acorda para ver que sua outra perna fora
amputada e que os Caçadores estavam ao seu lado, discutindo sobre seus tipos
preferidos de carne humana. Dale fica histérico, e os informa que acabaram de
comer carne envenenada. O velhinho ri por último e, cara, como ele gostou
disso.
7. O Governador dá uma mãozinha a Rick (Edição 28)
Essa lista não estaria completa sem o Governador. O
homem que comandava a pequena cidade de Woodbury com punhos de aço era uma
força a ser considerada. Ele levou muitas coisas durante seu tempo nas páginas,
mas seu primeiro ato de insanidade continua sendo um dos mais memoráveis. O
Governador tinha acabado de capturar Rick. Ele força dois de seus homens a
lutar até a morte, rodeados de zumbis. Rick, Michonne e Glenn percebem que ele
é completamente insano. Nesse momento, ele exige saber onde Rick e seu grupo
estão escondidos, mas Rick não cede. Então, o Governador faz a coisa mais
lógica a se fazer. Ele continua seu monólogo, enquanto joga Rick numa mesa. Ele
levanta sua faca ao ar e arranca fora a mão de Rick. É imprevisível e insano, e
foi um dos momentos que fez de “The Walking Dead” o que é hoje. Depois de “The
Best Defense” (A Melhor Defesa), Kirkman deixou claro que nada nem ninguém
estava à salvo.
6. O Governador força Lori a deixar a maternidade (Edição 47)
“Made to Suffer” (Nascidos para Sofrer) foi um dos
arcos mais sombrios e depressivos da série. O Governador se estabeleceu como um
maníaco ameaçador e as coisas na prisão desmoronaram. Então, na edição 46,
quando o Governador chega aos portões com Tyreese, os leitores tiveram certeza
de que as coisas não podiam piorar. O Governador manda Rick aparecer e, pra
mostrar que está falando sério, decapita Tyreese na frente de todo mundo. As
coisas não podiam ficar piores, bem, até dois meses depois. O Governador investiu
contra a prisão. Rick e sua família tentam fugir, mas Carl corre rápido pra
cacete.
Numa tentativa de acompanhá-lo, Rick aumenta o
espaço entre ele e Lori. O Governador manda que Lilly atire na família
fugitiva. Um tiro acerta as costas de Lori, ela cai em cima da pequena Judith e
ambas morrem empilhadas. Nesse momento, começa um novo arco para a série e para
Rick. A morte de Lori o muda para sempre e faz com que ele dê valor à segurança
de Carl mais do que à própria vida. A última ilustração da edição 47 oferece um
impacto incrível. Rick abraça um distraído Carl no topo de um morro, olhando de
cima o caos na prisão, enquanto eles precisam se lançar, juntos, no selvagem
desconhecido, e com legiões de mortos-vivos em seu encalço.
5. Carl e o Governador finalmente vêem com os mesmos olhos
(Edição 83)
A comunidade foi comprometida. Em “No Way Out” (Sem
Saída), Kirkman finalmente permite que os leitores se sintam seguros. A
comunidade foi murada e várias famílias estão contribuindo para o que parece uma
nova Woodbury. No entanto, sendo “The Walking Dead”, não demora muito para as
coisas virarem merda. A quantidade de zumbis contra os muros se provou ser
demais. Rick sugere, ao grupo de refugiados em sua casa, que deixem a
comunidade. Eles levam um tempo pra se preparar e decidem tentar. Assim que
chegam ao lado de fora, fica claro que não estão prontos. As coisas vão pra
merda quando Jessie simplesmente não larga Carl. Douglas perde a cabeça e está
atirando loucamente nas hordas de zumbis. Rick abre caminho até Carl e arranca
fora a mão de Jessie, salvando seu filho. Quando ele empurra Carl pelo caos,
uma bala perdida da arma de Douglas acerta Carl. A bala leva metade de seu
rosto com ela, e resulta num dos melhores painéis da história da HQ. Carl nunca
mais foi o mesmo. Esse momento o transformou em uma alma dura e negra. Ao invés
de se sentir derrotado por sua deficiência, isso conferiu a ele uma certa
despreocupação que salvou sua vida muitas vezes.
4. Abraham & Rick: Guerreiros da Estrada (Edição 57)
“What We Become” (O Que nos Tornamos) provou ser um
tempo difícil para Rick e Carl. Eles estavam na estrada, com um destino que
parecia quase impossível de alcançar. Abraham e Rick estavam em desacordo
quanto à tentativa de suicídio de Maggie. Abraham era a frustração de Rick,
forte, dominante e controlado; parecia que era hora de Rick lidar com uma luta
interna novamente. Kirkman faz as suas cabeças girarem em um único momento.
Abraham e Rick saem em busca de suprimentos na delegacia de polícia, levando Carl
com eles. As coisas parecem incrivelmente tensas. E ficam piores quando uma
arma é apontada para o rosto de Abraham. Um grupo de caipiras desprezíveis
aparece na estrada e tentam estuprar Carl. Rick entra em frenesi e morde o
pescoço de um dos atacantes. Abraham acaba com um deles e protege Carl enquanto
Rick esfaqueia até a morte o último deles. Esse momento leva Abraham a se abrir
e contar o que houve com sua família. Num piscar de olhos, Abraham se torna
mais humano e sua relação com Rick é fortalecida. A partir daí, Rick e Abraham
meio que lideram o grupo juntos, suas personalidades sempre em conflito, mas
nunca deixando que isso prejudique o grupo. Esse momento serviu de fundação
para o melhor “bromance” (romance entre irmãos) que “The Walking Dead” já
ofereceu.
3. O Rei (Edição 108)
Esse se provou ser mais misterioso que os outros
momentos. Ainda assim, a apresentação de Ezekiel em “What Comes After” (O Que
Vem Depois) é um grande momento. As coisas estavam fora de controle desde a
apresentação de Negan. Ezekiel oferece uma luz de esperança juntamente com um
ar de mistério. Algumas edições depois, Kirkman nos agrada com um pouco mais de
informação sobre a motivação e o passado do personagem. Ainda assim, sua
apresentação nos diz que ele também é uma força a ser considerada com cuidado,
e a aliança de Rick com o Reino foi a decisão certa.
2. Dois caras, uma garota e Carl (Edição 6)
Esse foi um dos momentos mais comentados da série. A
dinâmica de melhor amigo é frequentemente comprometida em tempos de grande
perturbação. Mesmo assim, a condição de Rick com Shane era muito mais que isso.
Shane acreditava realmente que Rick estava morto e que fazia a coisa certa ao
aceitar o fardo da responsabilidade pela família de Rick. Depois do retorno de
Rick, Shane nunca mais foi o mesmo. Seu cantinho aconchegante no meio do
apocalipse havia sido comprometido. Shane e Rick estavam em desacordo em
relação às mesmas coisas. Eles queriam segurança para aqueles ao seu redor e
eles queriam o controle.
Esse momento impulsionou “The Walking Dead” para um
lado não apenas de sobrevivência a zumbis, mas para drama profundo entre os
personagens. Nós sentimos a condição emocional desses dois homens. Mesmo assim,
quando chegou ao fim, apenas um poderia sobreviver. Uma explosão emocional em
público envergonha Shane e o faz correr para a floresta. Rick o segue e Shane
tem um colapso. Ele está emocionalmente devastado e não pode continuar. Ele
aponta sua arma para Rick e uma bala passa pela sua garganta. Carl viu o
suficiente, e temia pelo seu pai. Ele deu o tiro que terminou o arco de “Days
Gone Bye” (Dias Passados) com uma perfeita nota de desesperança. Isso definiu a
série.
1. Sem mordida, sem problema (Edição 14)
Qualquer fã de zumbis irá dizer que um apocalipse
zumbi precisa de regras. Convenções do gênero são, muitas vezes, tidas como
certas. Você é mordido e se transforma, destrua a cabeça, e continue se
movendo. Mesmo assim, em “Safety Behind Bars” (Segurança Atrás das Grades) ,
Kirkman decidiu adicionar seu próprio toque à mitologia. Julie e Chris tentam
suicídio duplo depois de fazerem sexo. Chris atira cedo demais e Julie não tem
a chance de retribuir o favor. Tyreese aparece em cena e Julie se reanima em
seus braços. É um momento chocante. As coisas mudam daqui pra frente, porque,
agora, os mortos não estão mortos. A morte significa reanimação,
independentemente da causa. Cada passo que o grupo dá deve considerar essa
informação. Foi uma sacada manipulada de maneira excelente e que diferenciou
“The Walking Dead” de todas as outras histórias sobre o apocalipse zumbi.
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